No dia 14 de Dezembro de 2014, no salão António Pedro, do Academia Recreio Arttistico, o Grupo estreou a peça "A Orga" com a autoria de Fernando Lobo e adaptação e encenação de Paulo Santos.
Desta vez, os atores que subiram à cena, foram os seguintes:
-Augusta Manso
- Rogerio Rosa
- Susana Goncalves
- Fernando Henriques
- Ricardo santos
- Jose Domingos Pereira Goncalves
- Leonor Santos
Tendo tido estreia absoluta com uma boa prestação Madalena Ribeiro.
A equipa técnica foi constituída por registos áudio de Fernando Henriques, som e iluminação de Paulo Santos e também como estreia, o ponto, feito por Carlos Jorge Gonçalves.
É de assinalar na estreia a plateia apresentou uma boa casa, salientando-se a presença do Presidente e Vice-Presidente da Junta de Freguesia de Santa Maria Maior.
Caro público,
Domingo à
tarde, dia 14 de Dezembro, eu tive novamente o privilégio de assistir na
Academia Recreio Artístico, sedeada em Lisboa, na Rua dos Fanqueiros,
Nº 286, à estreia da sátira social “A ORGA”, cuja representação me deixou
encantado, senão comovido, justamente pela peça em questão ter sido interpretada
de modo superior por um grupo de actores cegos, amblíopes (baixa
visão) e normovisuais da ACREART. Porém, a esta
evidência interpretativa (para quem, como eu, conhece o texto e as suas várias
versões já experimentadas noutros tablados) e sem
querer julgar em causa própria, mesmo assim, não me coíbo de vos dizer
que é da mais elementar justeza enaltecer também a adaptação do
texto operada pelo encenador Paulo Santos, porque, em meu entender, se tratou de
uma adaptação excelsa, logo inteligente e consentânea com as
idiossincrasias de um grupo de teatro de amadores, que, contra ventos e
marés e um ror de escassez de meios e apoios, todos os anos, em regime
pós-laboral, consegue com
vontade férrea, inegável prazer e muita competência dar “corpo à alma das
personagens”.
Assim sendo, esta tarefa hercúlea merece de
todos quanto amam o teatro o maior respeito, bem como o culto
do elogio talhado no sorriso das máscaras.
E, neste
sentido, quer a equipa técnica quer o elenco estão, uma vez mais, de
parabéns.
Sendo
certo que o grupo virá a repor a peça em Janeiro próximo, na
A.R.A, tomo aqui a liberdade de aconselhar alguns amigos a assistirem
a esta divertida proposta de palco, porque "A Orga" - enquanto sátira
social - assenta numa "narrativa
de tipos sociais" que, na ebulição de um conflito de equívocos, denuncia "a
rede tenebrosa com que se tece uma teia de manobras e esquemas obscuros",
tão actual na sociedade portuguesa. Mas, parafraseando uma das figuras centrais
da trama (o Naftalinas (mestre no conto do vigário), alerto-vos para terem
"Cuidado com os vultos!", porque eles andam por aí ao virar da esquinas ou
emergindo dos subterrâneos da
cidade.
Até
lá e aquele
abraço,
Fernando
Lobo